A GE é uma empresa centenária de sucesso que ao longo da sua história inventou muitas coisas fundamentais para humanidade, como a própria invenção da lâmpada pelo seu fundador Thomas Edson. Ana Lúcia Caltabiano, VP de RH da GE para América Latina, disse que “buscar novas possibilidades e explorar o desconhecido está no DNA da GE e no RH temos trabalhado em várias frentes, quebrando alguns paradigmas para humanizar mais a empresa. Portanto, experimentar a metodologia das Constelações foi mais uma ousadia que valeu a pena.”. Fazer diferente também está no DNA da Corall e ousar em um projeto com a equipe de RH da GE aplicando metodologias inovadoras, como a Constelação Organizacional, foi mais uma experiência transformadora.

 

A Constelação Sistêmica é uma dinâmica que foi desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger e tem como objetivo buscar soluções para todo tipo de questão: familiar, pessoal, profissional e, inclusive, organizacional. Hellinger constatou que em um sistema existe uma dinâmica oculta que influencia os membros desse sistema, a relação entre eles e o próprio sistema. A Constelação traz à luz essa dinâmica, até então oculta, nos permitindo perceber o que não está visível, revelando insights e favorecendo a solução da questão.

                            

No âmbito das organizações, a Constelação pode ser usada para buscar respostas sobre diversas questões e ajudar na tomada de decisões empresariais como, por exemplo, avaliar o impacto de novas estratégias e estruturas, revelar como lançamentos de produtos serão recebidos pelo mercado, identificar dinâmicas de relacionamento entre áreas dentro e fora das empresas, entre outras. Desta forma, o cliente acrescenta perspectivas que vão além da análise cognitiva, que incluem outras percepções que contribuem na tomada de decisões e na busca de soluções.

 

A partir de uma questão que é apresentada pelo cliente, escolhemos representantes para alguns elementos que fazem parte do sistema e os colocamos uns em relação aos outros. A partir da colocação desses representantes, acessamos um campo de energia que nos mostra onde se encontram as dinâmicas ocultas naquele sistema. O representante se conecta ao que ele representa e passa a perceber no corpo sensações e sentimentos vinculados ao elemento e os compartilha com o facilitador. A constelação segue com o movimento dos representantes e o facilitador observa as relações entre eles na busca de uma posição de maior entendimento e força para o cliente e o sistema.

 

O contexto do projeto na GE era uma grande transformação em gestão de pessoas. A empresa tinha decidido abandonar o modelo de avaliação anual de performance e evoluir para um novo modelo fluído, onde o feedback acontece de forma menos estruturada e mais frequente. O RH seria o agente catalizador desta transformação, mas a organização sentia que precisava fazer algo diferente para incorporar e tornar vivo esse modelo dentro do RH. Segundo a Ana Lúcia, “Era muito importante que nós, o time de liderança de RH, sentíssemos na pele a mudança e não fossemos somente os facilitadores da implementação global.”

 

Além disso, a GE estava implementando uma nova organização de RH que envolvia uma transformação estrutural complexa onde os RHs das unidades de negócio deixariam de reportar diretamente ao líder do negócio para reportar a uma nova posição de RH em cada geografia. Esta mudança gerava muita ansiedade pois o novo modelo afetaria a vida de todos e seria implementada em pouco tempo em toda a região.

 

Contando com a abertura e a confiança da Ana Lúcia e da equipe, desenhamos um workshop ousado adotando metodologias inovadoras como práticas meditativas, exercícios de conexão emocional e um jantar às cegas para criar um ambiente de confiança e construirmos o campo para realizar uma constelação organizacional que revelou uma outra perspectiva sobre o que estava acontecendo na equipe e na função de RH.

 

No caso da GE a questão que foi tratada na constelação era: O que ainda não sabemos que é importante para a nossa transformação organizacional? Neste contexto, os membros da equipe representaram, os diversos elementos da nova estrutura de RH (RH do Negócio, RH do País, Operações, Centros de Expertise e Equipe de RH) bem como  os clientes da função, como os líderes de negócio e os colaboradores da empresa.

 

Na constelação vimos que todos os funcionários do RH estavam ansiosos e os líderes de negócio estavam observando de longe, o RH do país estava tentando definir seu lugar em face ao novo desafio e os centros de expertise precisavam ter maior participação no processo. Estes insights levaram o time de liderança do RH a comunicar mais sobre a transformação para engajar a equipe, explicar melhor a transformação para os líderes dos negócios, aprofundar o entendimento do novo papel geográfico de RH e envolver mais os centros de expertise para que todas as partes da organização estivessem alinhados e engajados com a transformação.

 

“Observando a dinâmica, tive vários insights sobre o que estava acontecendo e que eu não estava vendo. Com estes insights tomamos ações, ajustamos o projeto da nova estrutura e reconheci que a transformação era mais profunda e complexa do que eu estava vendo. Cada uma das pessoas aprendeu muito e nos ajudou a enxergar coisas que não conseguíamos ver de outra forma. Foi uma intervenção que ficou e nós mudamos de verdade, “ comentou a Ana.

 

No final de dezembro, fiquei muito tocado quando a Ana me ligou para dizer que o nosso trabalho tinha sido uma das melhores coisas que aconteceram com ela durante o ano. Este feedback me marcou profundamente e reforçou a minha crença que as Constelações são uma metodologia efetiva para revelar dinâmicas que estão presentes em qualquer sistema organizacional e podem contribuir muito para entendermos contextos complexos e agirmos para acelerar transformações empresariais.

 

Texto publicado no Blog da Exame – Gestão fora da Caixa

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Escrito por:

Jose Luiz Weiss

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